Foi em novembro de 1891, que nasceu na freguesia do Faial da Terra a feliz ideia de se fundar uma banda de música.
Esta iniciativa nasceu no tempo do então pároco, Sr. Pe. António Pacheco Vieira, com a colaboração de um conceituado membro da sociedade faialense da altura, Sr. José Rebelo de Melo.
No entanto, e apesar dos grandes esforços daqueles dois senhores, faltava o suporte financeiro para ir avante com o processo. Assim, e para fazer face às dificuldades que se deparavam, deslocaram-se à freguesia de Furnas para solicitar apoio ao Marquês da Praia e Monforte com vista à
Foi em novembro de 1891, que nasceu na freguesia do Faial da Terra a feliz ideia de se fundar uma banda de música.
Esta iniciativa nasceu no tempo do então pároco, Sr. Pe. António Pacheco Vieira, com a colaboração de um conceituado membro da sociedade faialense da altura, Sr. José Rebelo de Melo.
No entanto, e apesar dos grandes esforços daqueles dois senhores, faltava o suporte financeiro para ir avante com o processo. Assim, e para fazer face às dificuldades que se deparavam, deslocaram-se à freguesia de Furnas para solicitar apoio ao Marquês da Praia e Monforte com vista à criação de uma filarmónica.
Tendo sido entendida pelo Marquês como uma iniciativa de grande alcance social e educativo, este prometeu o seu apoio, oferecendo, desde logo, o instrumental necessário em honra do Sagrado Coração de Jesus.
Foi, assim, fundada, a Sociedade Musical do Sagrado Coração de Jesus, no dia 18 de abril de 1894.
O seu primeiro regente foi Francisco do Rego Raposo, natural da Ribeira Grande, o qual iniciou, desde logo, a escola de música. Esta primeira escola teve a particularidade de todos seus aprendizes terem idade superior a 30 anos. Após 18 meses de sacrifícios, iniciaram-se os ensaios e a freguesia começava a ouvir a “voz” da nova Banda.
A primeira saída da banda foi à Igreja de Nossa Senhora da Graça do Faial da Terra para visitar o Padroeiro da Banda, o Sagrado Coração de Jesus. A seguir, o então Presidente, José Rebelo Melo, fez o que se impunha: Deslocar a Banda à freguesia de Furnas para agradecer ao Marquês da Praia, convidando-o para seu Sócio Honorário da Banda.
Com o passar dos anos, o então regente Francisco do Rego Raposo foi substituído por António Fernandes Bonifácio, o qual trabalhou muito pela Banda, tudo fazendo para que esta se desenvolvesse.
Depois, veio o regente António Jácome Raposo de Medeiros. Com este a Banda ganhou mais vida. Entraram mais músicos, facto que deu mais brilho à filarmónica, tendo também adquirido os primeiros “Quépis” para os músicos.
É nesta altura que são elaborados os estatutos e a banda que, até então, era denominada de Filarmónica do Sagrado Coração de Jesus, passou a chamar-se Sociedade Musical do Sagrado Coração de Jesus.
É também nesta altura que se compra a primeira farda, de cor branca, com pequenos vivos azuis. Este grande investimento só foi possível com o precioso auxílio dos emigrantes faialenses. A estreia do novo fardamento ocorreu na Povoação, nas grandes festas do Corpo de Deus onde a banda participou na procissão e, a seguir, fez o seu primeiro concerto naquela localidade.
Depois do Sr. Jácome de Medeiros, foi maestro da Banda o Sr. Francisco Carreiro do Couto, conceituado músico desta Filarmónica. Era o primeiro regente nascido e criado para a música na Banda do Sagrado Coração de Jesus.
Com este regente, começou uma verdadeira labuta em todos os campos da Sociedade Musical.
Desde logo, desenvolveu todos os procedimentos para a aquisição duma sede para a sociedade. Este objetivo foi conseguido com a gentil oferta do Monsenhor António Pacheco Vieira, fundador da Banda, o qual, na altura, encontrava-se emigrado nos Estados Unidos da América.
Na sequência disso, foi construído o coreto da freguesia com o precioso auxílio de particulares que tudo deram e fizeram para concluir a obra. No entanto, acabou por resultar uma coisa improvisada.
É também, nesta altura, que a Banda começa a realizar digressões musicais e culturais. A mais marcante foi a primeira saída da Banda para as grandes festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres, marcando presença na sua procissão. Depois, desta saída, outras aconteceram, um pouco por toda a ilha de S. Miguel.
É nesta fase de grande desenvolvimento que é adquirido novo fardamento, desta vez azul-escuro, bem como um estandarte com o nome da Sociedade Musical. Nesta altura, a banda contava com 40 executantes.
Como a banda tinha já a sua sede, construiu-se um palco no rés do chão para levar à cena algumas peças de teatro e outras variedades.
A banda assumia, a todos os níveis, um papel, cada vez mais preponderante nos eventos culturais realizados na freguesia. Constituiu-se, mesmo, um grupo de teatro que marcou e continua a marcar a cultura popular da freguesia.
Por motivos de saúde, o Sr. Francisco Carreiro do Couto, homem destacado na história da Banda e da própria freguesia, teve de abdicar, passando a batuta ao seu filho, Francisco Resendes do Couto.
É com este regente que a banda se desenvolve ainda mais. Renovou o repertório da banda, adquiriu instrumental novo, bem como dois fardamentos num espaço de oito anos. Um cinzento e outro com casaco preto e calças de fantasia. É também com este regente que a banda começa a ter senhoras como executantes. Assumiu a presidência da Direção e foi o responsável pelas primeiras saídas da banda para fora da ilha de S. Miguel, nomeadamente, para a ilha de Santa Maria, onde participou na procissão de Nossa Senhora da Assunção e realizou dois concertos.
Em setembro de 1994, ocorre outro marco na história da banda: a inauguração da sua nova sede, promessa antiga e que se concretizou num dia de festa para toda a freguesia. O ato de inauguração contou com a presença de todas as filarmónicas do concelho, bem como com todas as forças vivas da freguesia e do concelho.
Depois de Francisco Venâncio Couto, é Fernando Leite, natural da Povoação, quem assume a batuta de regente. Homem educado e com formação musical, prosseguiu o trabalho do anterior regente, continuando a levar a banda pelos caminhos da estabilidade e sucesso. É com ele que a banda vê os seus executantes baixarem significativamente a sua média de idades. Nesta fase, a maioria dos músicos são crianças e jovens com menos de 17 anos.
A seguir, assume a batuta o primeiro maestro oriundo da Banda Militar dos Açores. Aquiles Preto. Com um nível de educação musical elevado, tentou passar para a banda esse conhecimento acima da média. Outra atitude, mais personalidade dos músicos e melhor execução foram o legado do maestro.
De seguida, outro militar. Marco Cabral. Natural do Faial da Terra, desempenhou bem o seu papel, prosseguindo com o trabalho do seu antecessor.
Depois Laurindo Araújo foi o regente que se seguiu. Natural da Povoação, assumiu os comandos da banda do Sagrado Coração de Jesus e é com ele que, no ano de 2002, esta instituição se desloca à ilha de S. Jorge.
Depois de Laurindo Araújo, foi novamente Francisco Venância Resendes Couto a assumir a regência. Por erros cometidos pela anterior direção, a banda passou dificuldades e a nova direção achou por bem convidar um homem de casa, com experiência, de modo a colocar a instituição no rumo certo. O objetivo foi plenamente conseguido. Prova disto mesmo é que em 2004, de novo sob a direção de Venâncio Couto, a banda desloca-se às festas “Maré de Agosto” na ilha de Santa Maria.
Já com a situação equilibrada e um trilho bem definido, Francisco Venâncio abdica da batuta, passando-a a Carlos Sousa, um jovem natural da vizinha freguesia de Nossa Senhora dos Remédios, mas com grandes ambições no mundo da música.
Músico da Banda Militar e com outros horizontes em termos musicais, Carlos Sousa define um novo paradigma para a banda. Desde logo, traz conhecimentos adquiridos na Banda Militar e aplica-os “a sério” na Banda do Sagrado Coração de Jesus. Com ele, em 2005, a banda desloca-se à ilha da Madeira, em 2007, à ilha Terceira para participar nas Festas da Praia da Vitória, em 2008, às ilhas do Faial e Pico, em 2009, novamente à ilha do Pico e em 2010, regressou à ilha do Faial para fazer parte do concerto de encerramento da festa “Semana do Mar”.
É, também em 2008, que esta instituição se torna percursora, na ilha de S. Miguel, ao realizar o “I Workshop de Filarmónicas da ilha de S. Miguel”, que contou com a presença de 60 elementos de toda a ilha. Nos anos seguintes, e com o número crescente de executantes, vêm participar no “III Workshop” músicos do Continente Português, abrindo, assim, os horizontes deste evento para fora da ilha.
Em 2011, realiza o último Workshop, concluindo um excelente trabalho com resultados visíveis ao nível da execução musical na própria banda.
O resultado dos Workshops foi o aperfeiçoamento dos níveis de execução musical, o que permitiu que em 2009, fosse gravado o seu primeiro CD, - Sons do Presépio da Ilha – fazendo, assim, um registo para o futuro do trabalho de vários anos e da persistência de todos quantos por aqui passaram.
É também com Carlos Sousa que, em 2010, participa no concurso de Bandas Filarmónicas FILARMONIA no Coliseu Micaelense, tendo obtido um honroso 2.º lugar.
Em 2012, grava o seu segundo CD (não chegou a ser editado) no âmbito do programa FILARMONIA da RDP Açores.
João Pedro Resendes, filho e neto de anteriores regentes desta banda e contramestre de vários maestros que pela mesma passaram, assumiu a responsabilidade da direção técnica da Sociedade Musical do Sagrado Coração de Jesus, interrompendo a sua atividade de regente em 2014, por motivos de saúde, porém regressou em 2015. Neste curto período da sua ausência, a direção técnica da filarmónica foi assumida pelo maestro Rafael Moniz Vieira, que acumulou as funções de maestro da Lira Nossa Senhora da Saúde, a sua banda de origem, e da Sociedade Musical do Sagrado Coração de Jesus.
Esta Sociedade Musical continua a ser a instituição de referência em termos culturais na freguesia do Faial da Terra, pelo que continua a desempenhar as suas funções com brio e “profissionalismo”, fazendo jus aos seus 121 anos de história.