A Filarmónica União de São Brás, da freguesia de S. Brás, Concelho da Praia da Vitória, ilha Terceira – Açores, foi fundada a 1 de outubro de 1984, por: Pe. Abílio Morais, José António Soares, Domingos Martins Vieira, José Inácio Martins e Brás Martins Laranjeira.
Esta agremiação musical possui cerca de 36 músicos executantes e quatro porta estandartes. A faixa etária dos seus elementos ronda os 7 e os 68 anos.
A Filarmónica União de São Brás mantem em atividade uma escola com cerca de uma dezena de aprendizes, aos quais são ministrados conhecimentos de educação
A Filarmónica União de São Brás, da freguesia de S. Brás, Concelho da Praia da Vitória, ilha Terceira – Açores, foi fundada a 1 de outubro de 1984, por: Pe. Abílio Morais, José António Soares, Domingos Martins Vieira, José Inácio Martins e Brás Martins Laranjeira.
Esta agremiação musical possui cerca de 36 músicos executantes e quatro porta estandartes. A faixa etária dos seus elementos ronda os 7 e os 68 anos.
A Filarmónica União de São Brás mantem em atividade uma escola com cerca de uma dezena de aprendizes, aos quais são ministrados conhecimentos de educação musical para, mais tarde, integrarem o corpo de músicos desta instituição e, assim, garantirem a sua continuidade.
Com uma média de 25 atuações, por ano, em eventos de natureza religiosa e profana, esta Filarmónica participou no Festival de Bandas do Porto Judeu, no Concurso de Bandas da Agualva, nas Festas Concelhias da Praia da Vitória, nas Festas de Santa Maria Madalena na ilha do Pico, em 1996, nas Festas de São Mateus da ilha Graciosa, em 2004, nas Festas de Nossa Senhora de Lurdes na ilha do Faial em 1999 e 2010 e, em 2013, nas Festas do Divino Espírito Santo na Fajã dos Vimes, ilha de São Jorge.
A iniciativa da fundação de uma filarmónica em São Brás, partiu do então recém-nomeado Pároco, Padre Abílio de Morais, cerca de um ano e meio após a sua entrada na freguesia, em 23 de janeiro de 1983.
Transmitida, pelo Pároco, a ideia da fundação de uma filarmónica aos membros do Conselho Administrativo Paroquial de então, José António Soares, Domingos Martins Vieira, José Inácio Martins e Brás Martins Laranjeira, deles recebeu apoio unânime.
O Padre Abílio de Morais, no dia 3 de julho de 1984, contactou formalmente o Dr. Bento Barcelos, funcionário superior da Secretaria Regional da Educação e Cultura para recolha de Informação sobre os primeiros passos a dar com vista à criação de uma escola de Música em São Brás e posterior fundação de uma filarmónica.
Na sequência do referido contacto, formou-se, em 9 de julho do mesmo ano, a Comissão Organizadora da Escola de Música de São Brás, constituída pelo Pároco e os membros do Conselho Administrativo da Paróquia acima referidos. Na primeira reunião da Comissão foi deliberado contactar o Sr. José Borges Leal Pamplona (vulgo José Alves), então Regente da Filarmónica das Fontinhas, para instrutor da Escola de Música e pedir à Direção da Casa do Povo de S. Brás a cedência da sua sala para nela funcionar a dita Escola de Música.
No dia 1 de outubro de 1984, realizou-se no Salão da Casa do Povo a primeira lição de música pelo Mestre José Borges Leal Pamplona (José Alves) das Fontinhas. Estiveram presentes os 51 alunos inscritos com idades entre os 12 e os 43 anos.
Em 12 de novembro de 1984, teve início a aprendizagem de Solfejo pelos alunos divididos em 4 grupos e com duas aulas por semana tendo ficado estas a cargo de dois instrutores das Fontinhas (Délio Marques e Hildeberto Marques) e dois da Agualva (Francisco Gomes e José António Valadão).
O nascer de uma Filarmónica em São Brás foi notícia nos jornais daquela altura. O Diário Insular, a 20-12-1984, escreveu a seguinte notícia: “FILARMÓNICA FUNDA-SE EM SÃO BRÁS. Um espírito de forte dinamismo entusiasta mais uma vez germinou semente na promoção cultural do nosso meio rural – Escola de Música na paróquia de S. Brás teve início a 1 de Outubro deste ano onde 46 alunos já frequentam a 2ª e última fase do programa (solfejo) que se prolongará até Maio do próximo ano.
O grupo dos atuais alunos da Escola de Música que compreende vários estratos etários, constituirá a primeira Filarmónica daquela freguesia – S. Brás, que nos últimos tempos tem vindo a brotar de forma notável.
O facto serve para reflexão e testemunho numa sociedade que se aproxima da «Terceira Vaga», que o caminho do progresso só resulta quando aceite e participado numa perspetival de formação humana integral.
É portante de felicitar uma vez mais os paroquianos de S. Brás que tão bem demonstram acolher carinhosamente a eficiente dinâmica do seu «leader» espiritual.”
O jornal A União, a 26-12-1984, escreveu o seguinte: “A freguesia de S. Brás, da ilha Terceira, está a organizar uma Filarmónica, que surge como resultado da Escola de Música paroquial, a funcionar naquela freguesia desde Outubro do presente ano.
O progresso cultural do meio rural é sempre de aplaudir – e as Filarmónicas são, de facto, um instrumento de cultura, na medida em que contribuem para a preparação do homem concreto.
Assinale-se, no caso em apreço, o papel desenvolvido pela Igreja, instituição que, para além de se ocupar da espiritualidade do homem, também o encaminha nos mais variados aspetos da sua vivência – como exemplifica a Escola de Música de S. Brás”.
O Padre Abílio de Morais recebeu, em 31 de janeiro de 1985, das mãos do Dr. Maduro Dias, Diretor Regional da Cultura, os primeiros instrumentos musicais usados para a escola de música: 2 trompetes, 1 clarinete, 1 sax-soprano que, em 2 de Fevereiro, foram benzidos por Monsenhor José de Lima Mendonça, Vigário Geral da Diocese de Angra.
No dia 18 de fevereiro, foram entregues 15 instrumentos musicais à escola de música e teve lugar a primeira aula de toques dada pelo Mestre José Borges Leal Pamplona.
Em 19 de março de 1985, foi realizada uma reunião com dois membros do Conselho Administrativo da Paróquia de São Brás, Padre Abílio de Morais e José António Soares, e a Direção da Sociedade recreativa de São Brás, então presidida por Isidro Linhares de Andrade, para estudo da transferência da Escola de Música e futura Filarmónica para a Sociedade Recreativa de São Brás.
Nesta reunião não estiveram presentes os outros três membros do Conselho Administrativo da Paróquia: Brás Martins Laranjeira, Domingos Martins Vieira e José Inácio Martins, por discordarem da entrega da futura Filarmónica à Sociedade Recreativa de São Brás. Ficou, então, decidido que a Escola de Música passaria a funcionar no palco e camarins da Sociedade a partir de 8 de abril de 1985 (2ª feira de Páscoa).
Em 21 de abril de 1985, foi apresentada e discutida, em Assembleia extraordinária da Sociedade Recreativa de São Brás, a integração da Filarmónica União de São Brás na Sociedade Recreativa de São Brás e também foi aprovado o Regulamento Interno da Filarmónica União de São Brás. Dos 86 sócios presentes, 83 votaram a favor e 3 abstiveram-se.
No dia 13 de maio de 1985, foram eleitos os primeiros Diretores da Filarmónica União de São Brás: Raimundo Meneses Godinho e João Germano Ávila Linhares.
Em 5 de Abril de 1986, foi o dia da inauguração solene da Filarmónica União de São Brás.
No dia 30-04-1986, saiu a seguinte notícia no jornal O Directo: “A TERCEIRA TEM MAIS UMA FILARMÓNICA. Foi a partir da tarde do sábado, 5 de Abril, que a prestigiada freguesia de São Brás, INAUGUROU A SUA FILARMÓNICA.
Naquele dia o cerimonial constou de dois atos distintos, mas complementares: a bênção dos instrumentos e o copo-de-água oferecido pela freguesia a todos quantos participaram nas cerimónias. A primeira presidiu o Vigário Geral da Diocese, Mons. José de Lima, que a propósito disse pertencerem aos desígnios do amor de Deus as realizações humanas, como aquela nova instituição musical. A segunda, e após o regresso à Sociedade Recreativa de São Brás, foi o Secretário Regional da Educação e Cultura, Dr. António Maria Mendes, que falou da valorização da freguesia pelo seu esforço pessoal, que louvou. Afirmou ainda, para além das felicitações que dava à população em festa, que o papel do Governo tem de ser apenas subsidiário. Foi então que larga concorrência dos habitantes da freguesia se lançou em direção às mesas para usufruir do abundante repasto que os esperava. Entre os muitos bolos, que se estendiam sobre as mesas alinhadas ao longo do vasto salão, deparava-se um, como oferta da vizinha filarmónica da Vila Nova.
Para além das personalidades já evidenciadas viam-se ainda em lugar destacado os Presidentes da Câmara e Assembleia Municipal da Praia da Vitória.
Foi possível a concretização deste sonho da freguesia graças à dinamização do pároco próprio, Padre Abílio Morais, e dos esforços de um ano e meio, em aturados trabalhos de aprendizagem de música, e aos 800 contos oferecidos pela população local. A propósito convém lembrar que o Secretário da Educação fez a promessa de 200 contos para aquela instituição. A filarmónica é constituída por 32 elementos e está integrada na própria Sociedade Recreativa.
A compartilhar da alegria do nascimento desta filarmónica encontrava-se presente a irmã de São Bartolomeu. Mais tarde, e para saudar aquela, associou-se a da freguesia da Agualva.
Parabéns para a filarmónica e para os 1.200 habitantes daquela freguesia do Ramo Grande da Terceira.”
Outra notícia saiu noutro jornal neste caso A UNIÃO: “S. Brás tem filarmónica. Pessoa que muito se interessa por essa expressão cultural popular que se chama filarmónicas, trouxe-nos ao conhecimento que a Filarmónica “União de S. Brás” fora inaugurada no passado dia 5 do corrente.
Os fundadores desta nova filarmónica, depois que viram os seus esforços coroados de êxito e satisfeito o seu ideal, haviam-na entregado à Sociedade Recreativa de S. Brás, e fizeram-no mui avisadamente para garantirem a sua continuidade, anexando-a a um organismo com carácter estável.
Foi por isso que a nova filarmónica saiu em cortejo da sede da Sociedade recreativa, em direção à Igreja Paroquial, onde o pároco lançou a bênção ao novo organismo musical. Presentes algumas autoridades que se incorporaram no cortejo tanto na ida para a Igreja como de volta à Sociedade, onde foi servido um beberete. Durante este, ouviram-se elogiosas referências à iniciativa e felicitações ao povo de S. Brás. Uma coisa, porém, feriu a atenção de todos: Não se notou a presença dos fundadores da “União de S. Brás”. Afinal estavam presentes, mas diluídos entre a multidão... Isto motivou reparos de alguns populares, pois o mais natural e lógico seria que eles estivessem pelo menos nesse dia, em lugar de destaque e que se lhes prestasse justa homenagem.
A pessoa, que isto nos informa, nada tem a ver com os fundadores nem com a nova filarmónica nem mesmo é natural de S. Brás. Todavia não se pode deixar de prestar justiça ao seu reparo.
Como quer que seja e apesar de termos por esta forma tornando conhecimento do facto jubiloso para todo o povo de S. Brás, endereçamos-lhes as nossas felicitações e auguramos à nova filarmónica um futuro próspero.